VIDA BILÍNGUE
Por Denise Domingues
“Teacher, qual é o seu método de ensino?”
Essa pergunta do título é clássica, ouço sempre que alguém me procura para saber como dou minhas aulas.
Muito se fala a respeito de metodologias para o aprendizado de idiomas. E método é o que não falta no mercado. Algumas escolas adotam o Communicative Approach*, outras o Discourse Approach**, outras ainda o Lexical Approach***, tem ainda os profissionais que trabalham com PNL**** associado, enfim, é uma gama de metodologias disponíveis, que são sempre revistas e atualizadas. E ainda novas metodologias, que são constantemente criadas.
Com tantas opções no mercado, qual seria então a melhor delas para aprendermos um idioma?
Olha, eu vou dizer uma coisa (e muitos poderão discordar, o que é muito saudável!). Cada metodologia tem o seu foco, mas via de regra todas funcionam. O que não vai funcionar, muito provavelmente, é a aplicação de uma metodologia sem uma boa didática.
E qual seria a diferença entre metodologia e didática?
Ok, vou explicar. Imagine que você vai fazer uma faxina na sua casa. Antes de iniciar, você pensa assim: bem, vou limpar cômodo por cômodo para facilitar meu trabalho. Bingo! Esse é o seu método de trabalho. Então método é uma forma de organizar as ferramentas para fazer algo. No caso do ensino de idiomas, algumas perguntas são feitas para se criar um método. Qual o foco do método? Gramática? Conversação? Como os assuntos serão organizados? Método, enfim, é o plano que o professor utiliza para organizar de que forma vai ensinar. Por exemplo, há métodos que priorizam primeiro falar e escutar, depois ler e escrever. Há ainda, métodos que buscam envolver o aluno em um tema através de conversa, leitura, depois gramática (alguns nem falam nada sobre gramática pura). Em outros casos, ainda, o foco do método é trabalhar vocábulos e expressões e, a partir daí, desenvolver as habilidades (oral, auditiva, escrita, compreensão etc.).
Método é necessário. Mas se o professor não associar uma boa didática a tudo isso, qualquer método pode tornar-se ineficaz.
E o que é didática? De uma forma bem simples, podemos dizer que didática é a arte de transmitir conhecimentos, é a técnica, ou técnicas, que o professor usa para ensinar.
E como podemos saber se a dupla método / didática está surtindo efeito?
Penso que é observando o resultado que o aluno obtém, o grau de envolvimento do aluno, a resposta que o aluno dá durante a aula, e como essa dupla ajuda o aluno a fazer uso prático da língua no seu dia a dia.
Não adianta aplicarmos um método super moderno na aula e não ver o resultado no progresso do aluno.
Como professora particular independente, e já tendo trabalhado com alguns métodos diferentes ao longo da minha carreira, costumo fazer o seguinte: procuro juntar as coisas que mais funcionam em cada metodologia e adapto às necessidades de cada aluno. E vou dizer, em certos casos, a gente tem que criar, mesmo, algo que não tem. E por quê? Porque o aluno PRECISA! O que vale, na verdade, é o que funciona para o aluno, e não caminhar de forma inflexível em cima de métodos que, em certos casos, não vão adiantar nada. Repito: método é essencial! Mas a gente tem que ficar esperto e ver o quanto está funcionando.
Como professora independente, meus alunos vão dos 8 aos 80 anos. Então cada qual com seu método e com sua didática. E dá certo! Dá trabalho? Ufa, se dá! Mas o resultado, em geral, é bastante positivo.
Em resumo: ser flexível e entender o que o aluno realmente precisa, ao que ele realmente responde, funciona muito bem.
*Communicative Approach: foco no ato comunicativo em si.
**Discourse Approach: usa diálogos, interações, textos para o desenvolvimento de tópicos.
***Lexical Approach: foco em vocabulários e expressões.
****PNL: foco em repetições das partes básicas do idioma para auxiliar o cérebro a absorver as informações de forma mais natural e eficaz.
Denise Domingues atua como English teacher desde 2005.
Está no mercado como profissional independente desde 2011.
@teacherdenisedomingues