Meia 92

Vai treinar no calor? Respeite os limites do corpo e abuse da hidratação

SAÚDE MEIA92 (1)

Segundo a ONU, 2023 deve ser o ano mais quente já registrado na história. Essa estimativa se baseia, sobretudo, nos recordes de temperatura registrados pelo planeta entre junho e agosto e a expectativa de continuidade dessa tendência no último trimestre. De acordo com os especialistas, esse cenário demanda cuidados especiais da população, inclusive durante a prática da atividade física.

Médica intensivista e professora da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais, Caroline Mésseder explica que o calor intenso aumenta os esforços do corpo humano para preservar uma temperatura média entre 36,5º e 37º. Tais esforços têm como resultado principal o aumento da transpiração, algo que, se não acompanhado por uma hidratação adequada, pode gerar quadros de desidratação.

“Manter a hidratação é um pilar central para passarmos por esses dias de uma maneira mais saudável. Sem esse cuidado, o funcionamento do organismo é prejudicado e pode gerar, dentre outros sintomas, fraqueza, tontura e queda de pressão”, afirma Mésseder.

Os sintomas descritos pela intensivista fazem parte da rotina do médico líder do Pronto Atendimento do Hospital Sírio-Libanês, Luis Fernando Penna, nos dias mais quentes. E, para evitá-los, o especialista recomenda o consumo de 2000ml a 2.500ml de água por dia, bem como uma alimentação mais leve, baseada em saladas, leguminosas e frutas.

“Para quem pratica exercícios de média e alta intensidade, recomendo também o uso de isotônicos”, indicou o médico, ressaltando a importância desses produtos para a manutenção das funções hidroeletrolíticas do corpo. “Isso é fundamental para que o organismo consiga cumprir todas suas tarefas metabólicas e, automaticamente, para nos sentirmos bem e vigorados”, complementou.

Segundo o treinador da Smart Fit, Bruno Silva, embora fundamental, a ingestão adequada de líquidos não garante, por si só, a segurança e o bem-estar de quem pratica a atividade física nos dias de calor intenso, pois, além disso, esses cenários enfatizam a necessidade de ajustes personalizados no programa de treinamentos.

“A atividade física é sempre bem-vinda em qualquer clima. Porém, é preciso estar muito atento à individualidade biológica de cada aluno, ajustando a intensidade do treino de acordo com o seu condicionamento atual”, apontou Silva.

Ainda sobre a perspectiva técnica do exercício físico no calor, o treinador chamou a atenção para os perigos de um mito bastante propagado: o de que os dias quentes dispensam a necessidade de aquecimento.

“Esses trabalhos, realizados com baixa intensidade, são fundamentais para tirar o corpo de um estado de repouso, não só aumentando a frequência cardíaca e a circulação sanguínea de maneira gradual, preparando o organismo para a intensidade que virá, mas também para a preparação da musculatura, minimizando os riscos de lesões”, finalizou.

Conteúdo Relacionado

Rolar para cima