O processo de interdição é uma medida judicial utilizada para declarar a incapacidade de uma pessoa em gerir seus próprios atos da vida civil. Saiba quando ela pode ser autorizada por lei, quem pode entrar com a ação e quais as consequências para o interditado.
O processo de interdição é um instrumento legal que visa proteger pessoas que, por razões de saúde física ou mental, não conseguem mais gerir de forma adequada os atos da vida civil e a administração de seus bens. Esse procedimento tem como finalidade declarar a incapacidade de uma pessoa, seja para questões patrimoniais ou decisões pessoais, nomeando um curador que será responsável por representar e assistir o interditado.
Trata-se de uma medida extrema e necessária para proteger os interesses do interditado, sendo regulamentada pelo Código Civil e pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência. A advogada Patrícia Valle Razuk, especialistas em Direito de Família e Sucessões, sócia do escritório Pimentel, Helito & Razuk Advogados (PHR), explica que “a interdição é recomendada em situações em que o indivíduo não tem mais a capacidade plena de gerir sua vida de forma autônoma devido a uma condição de saúde física ou mental. Isso pode ocorrer em casos de doenças mentais ou psiquiátricas graves, deficiência intelectual severa, doenças degenerativas como o Alzheimer, traumas cerebrais permanentes, dependência química ou quando a pessoa se encontra em estado de coma ou inconsciência prolongada”.
O processo também é indicado para os casos de idosos vulneráveis com doenças cognitivas ou pessoas com deficiência física e intelectual graves. “É necessário que seja apresentada ao juiz uma avaliação detalhada da capacidade civil da pessoa a ser interditada, geralmente acompanhada de laudos médicos que atestem sua condição. O juiz pode ainda solicitar perícias, ouvir testemunhos de familiares e analisar o parecer do Ministério Público antes de tomar uma decisão”, esclarece a advogada.
A advogada Isabela Naomi Tada Murakami, que também atua na área de família no escritório PHR, ressalta que é importante distinguir o processo de interdição da curatela, que é uma medida de proteção resultante da interdição. “A interdição, por si só, é o procedimento judicial que declara a incapacidade civil do indivíduo, seja de forma parcial ou total, enquanto a curatela consiste na nomeação de um curador que assume a administração dos bens e dos interesses pessoais do interditado”.
O grau de incapacidade declarado no processo judicial determinará quais direitos o interditado perderá. Entre os principais direitos que podem ser suspensos estão o de gerir os próprios bens, celebrar contratos, fazer testamento, contrair matrimônio ou união estável, exercer atividade comercial, tomar decisões médicas, movimentar contas bancárias e, em casos de interdição total, até mesmo o direito ao voto. O interditado também não poderá mais ser responsabilizado civilmente por seus próprios atos.
“O papel do curador é de extrema importância, já que ele será responsável por representar o interditado em todas as esferas de sua vida, desde questões pessoais até patrimoniais e jurídicas. O curador é nomeado pelo juiz durante o processo de interdição, levando em consideração os melhores interesses do interditado, e sua função é regulamentada pela sentença de interdição, que pode limitar o alcance de sua atuação, dependendo das necessidades do interditado. Ele deve agir com responsabilidade e diligência, visando o bem-estar e a garantia dos direitos e interesses do interditado”, enfatiza Razuk.
Por fim, as especialistas ressaltam que, embora o laudo médico seja necessário para a propositura da ação de interdição, ele pode ser dispensado em situações em que o interditando se recusa a se submeter ao exame, conforme entendimento da ministra Nancy Andrighi. Essa flexibilização demonstra que a prioridade da Justiça é garantir a proteção e o bem-estar do interditado, mesmo diante de situações de resistência.
Processo de interdição: saiba quando é necessário e quais as situações previstas pela lei
Conteúdo Relacionado
Projeto que leva cinema às escolas públicas exibe documentários produzidos por alunos em Várzea Paulista
scrivelari
21 de novembro de 2024
Gilberto Gil anuncia shows extras de sua última turnê no Rio de Janeiro
scrivelari
21 de novembro de 2024
Crianças de São Paulo participarão do projeto ‘Lixinho ou lixão: todos têm o seu latão’, uma experiência ecológica
scrivelari
21 de novembro de 2024
Natiruts propõe último abraço e anuncia novas datas da turnê de despedida após shows lotados
scrivelari
21 de novembro de 2024
Últimas Notícias
Gilberto Gil anuncia shows extras de sua última turnê no Rio de Janeiro
21 de novembro de 2024
Natiruts propõe último abraço e anuncia novas datas da turnê de despedida após shows lotados
21 de novembro de 2024
Maurício Manieri realiza show especial de fim de ano no Espaço Unimed
21 de novembro de 2024