Um país soberano precisa de uma indústria nacional forte. Somos o único país com mais de 100 milhões de habitantes que tem uma coisa extraordinária como o SUS, com poder de dar escala a qualquer empreendimento”. A frase do presidente Luiz Inácio Lula da Silva resume a relevância estratégica da inauguração da fábrica de insulina da Biomm, no município mineiro de Nova Lima. Após 23 anos, a cerimônia marca a retomada da produção de insulina no Brasil por uma empresa nacional, com capacidade de atender mais de 1,9 milhão de pacientes.
A fábrica é resultado de um investimento de R$ 800 milhões e, além de facilitar o acesso de pacientes com diabetes ao tratamento, a unidade de 12 mil metros quadrados de área construída vai gerar 300 empregos diretos e 1,2 mil indiretos.
“Isso aqui é a consolidação de um sonho”, disse o presidente, após visitar as instalações e conhecer a linha de produção da fábrica. “A Biomm vai estar no mercado oferecendo ao SUS a um preço acessível, para que a gente possa distribuir de graça aos brasileiros que sofrem de diabetes. Esse é um fato extraordinário”, completou.
O presidente se emocionou ao citar que a produção vai beneficiar inclusive sua bisneta, Analua, de sete anos. “Muita gente vai se beneficiar. E sabe quem vai agradecer por essa inauguração em Nova Lima? A minha bisneta, de 7 anos, que vive com diabetes tipo 1 e que se soma a milhares de pessoas com essa condição no Brasil”.
CUIDADO – A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou que a inauguração é retrato da retomada da política industrial para levar cuidado e medicamentos à população. ”Vamos avançar com a insulina Glargina, uma insulina de nova tecnologia e que, certamente, vai trazer muita contribuição para as pessoas que sofrem com diabetes. O que se faz aqui é garantia de vida para pessoas com essa doença”. Nísia lembrou que o SUS oferece medicamentos de forma gratuita para tratar o diabetes no Brasil, por meio do Farmácia Popular. Em 2023, 1,8 milhão de pacientes tiveram acesso aos remédios de graça.
PRODUÇÃO – A nova fábrica vai produzir até 20 milhões de unidades de refis (frascos/ampolas) de insulina glargina por ano e, na sequência, canetas de insulina. Além disso, pode fabricar 20 milhões de frascos de outros biomedicamentos. O Brasil é um dos países com maior incidência de diabetes no mundo, com 15,7 milhões de pacientes adultos, segundo o Atlas da Federação Internacional de Diabetes (IDF).