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Nutrição: uma aliada no tratamento dos pets contra o câncer

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Nas últimas décadas, os casos de câncer em cães e gatos têm aumentado. Esse crescimento está relacionado a questões multifatoriais, dentre elas o aumento da expectativa de vida associado à predisposição genética.

O tratamento para os mais diversos tipos de neoplasias envolve quimioterapia, radioterapia e cirurgia. O cuidado com a nutrição dos pets durante esse período deve ser redobrado para auxiliar na manutenção do bem-estar dos animais. Os pacientes oncológicos precisam de uma ingestão de nutrientes adequados para esta fase, que não favoreçam o crescimento do tumor, que contribuam para uma sobrevida maior, promovendo também mais qualidade de vida.

Algumas alterações metabólicas ocorrem com os pets que apresentam neoplasias, que tendem a alterar a sua condição corporal e, quase sempre, levam a uma perda de massa muscular exagerada, conhecida como caquexia. Em adição à esta condição, alguns dos tratamentos quimioterápicos contribuem com as náuseas e falta de apetite, o que compromete a ingestão alimentar adequada do pet e sua capacidade de realizar suas funções diárias.

“A caquexia é a síndrome mais comum entre os pacientes com câncer, e adequar a nutrição é uma ação fundamental para prevenir ou corrigir as deficiências, minimizar os efeitos adversos do tratamento e auxiliar na recuperação da condição corporal do pet para que ele tenha uma melhora na qualidade de vida durante este período”, explica Tais Motta Fernandes, médica-veterinária gerente de produtos da Avert Saúde Animal.

O processo quimioterápico é debilitante e a alimentação adequada tem uma enorme importância no auxílio para a reabilitação do pet. Nesta fase, algumas adaptações na dieta precisam ser feitas, visto que alguns estudos apontam que as células tumorais utilizam preferencialmente a glicose vinda dos carboidratos para o seu metabolismo – algo que deve ser reduzido durante o tratamento do paciente.

“Normalmente a indicação dietética para os animais que estão em tratamento contra o câncer é de alimentos ricos em gorduras, por possuir uma boa digestibilidade e fornecer elevado teor energético em menor volume, e uma elevação dos níveis de ingestão de proteína, seja para a manutenção da massa muscular ou para reforçar o sistema imunológico do animal”, Tais conta.

De acordo com a profissional, os alimentos úmidos (sachês) podem ser uma importante estratégia para aumentar o interesse do pet para a alimentação por terem boa palatabilidade, especialmente para aqueles que estão apresentando pouco apetite. Porém são ricos em água e, portanto, com menor concentração de energia e nutrientes. Já os animais que mantém o peso ideal e não sofrem grandes mudanças no apetite, as refeições com a alimentação habitual devem ser mantidas, desde que alinhadas com as suas necessidades nutricionais normais.

Os médicos-veterinários responsáveis pelo caso podem investir em estratégias de suplementação alimentar, adicionando Ômega-3 e compostos proteicos com aminoácidos de alto valor biológico, de alta digestibilidade e qualidade, para auxiliar na manutenção nutricional.

A suplementação nutricional é um pilar importante para o tratamento e a manutenção da qualidade de vida dos pets, principalmente nos momentos desafiadores. Atualmente existe uma gama de opções de suplementos que podem ser incorporados como auxiliares no tratamento contra o câncer para os pets mais debilitados, reforçando o aporte de nutrientes essenciais e/ou benéficos ao paciente neoplásico que colaboram para que o organismo do pet tenha condições de superar estes desafios.

“A nutrição é uma aliada na qualidade de vida dos pets, independente da fase pela qual eles estão passando. Em momentos de fragilidade, como um tratamento contra o câncer, poder contar com os nutrientes adequados para nutrir e fortalecer o organismo é essencial para que obstáculo seja superado com êxito e que os tutores possam usufruir da companhia do pet, com saúde e qualidade de vida, por mais um bom tempo”, finaliza.

Toda e qualquer suplementação alimentar deve ser indicada especificamente para cada animal pelo médico-veterinário responsável pelo caso.

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