Nos últimos anos, surgiram no mercado milhares de ferramentas tecnológicas capazes de contribuir com o aumento da produtividade e da qualidade de micro e pequenas empresas. Tratam-se de aplicações que simplificam ou reduzem os custos atrelados a tarefas que precisam ser realizadas cotidianamente, como gestão de clientes, de fornecedores, de funcionários, controle e fluxo de caixa, serviços de contabilidade e financeiros, ações de marketing, entre outras. De acordo com o professor e especialista em transformação digital, Rafael de Tarso, a adoção dessas ferramentas traz inúmeros benefícios. “O que nós percebemos é que o investimento em inovação, por empresas de qualquer porte, traz retornos significativos. Na maioria das vezes, é possível obter otimização e rapidez nos processos, melhorar a relação com clientes e reduzir custos”, afirma.
O estudo “Transformações Digitais no Brasil”, realizado pela consultoria McKinsey, destaca que as empresas que são consideradas líderes digitais, e que portanto adotam diversas soluções tecnológicas, apresentam uma taxa de crescimento financeiro até 3 vezes maior do que as demais empresas. No caso da adoção de tecnologias da chamada Indústria 4.0, a consultoria ressalta em outra pesquisa que os ganhos em produtividade são de 26%.
Boa parte dessas ferramentas e tecnologias possibilita a coleta e análise de dados, que podem ser utilizados de forma estratégica pelas companhias. “Esses dados podem ser transformados em sabedoria, sobre os consumidores, fornecedores ou colaboradores. Isso abre espaço para que sejam tomadas decisões assertivas que geram maior produtividade, qualidade nos produtos e serviços e no atendimento”, reforça Tarso.
Um grande desafio quando o assunto é a utilização de inovações por micro e pequenas empresas refere-se ao desconhecimento dos empresários sobre as ferramentas disponíveis. Não raras vezes, o empreendedor acumula diversas funções e está sobrecarregado para se atualizar e realizar uma transformação digital no seu negócio. “É necessário que haja o que eu chamo de ‘sabedoria tecnológica’ e uma ‘alfabetização digital’, para que o empresário consiga identificar ferramentas e pequenas automações que podem ser feitas”, afirma Tarso.
Como forma de contornar esse problema, o professor e especialista em transformação digital sugere que as micro e pequenas empresas contratem profissionais de TI que possam dar um suporte ampliado. “É interessante contratar alguém que não apenas repare computadores, configure a rede de internet e as impressoras. É necessário contar com o apoio de um profissional antenado e que proponha soluções interessantes ao empreender”, diz Tarso.
Outra sugestão é que os pequenos empresários busquem os serviços públicos e privados disponíveis para os auxiliar. Um exemplo é a Jornada de Transformação Industrial, programa lançada nesta semana pelo Sebrae-PR e pela Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná) em evento no qual Tarso foi palestrante. O programa investirá R$ 5 milhões no processo de digitalização de 200 empresas do estado, por um período de, em média, 7 meses. “Essas iniciativas são muito importantes para promover a democratização das tecnologias e o acesso das micro e pequenas empresas a todos os benefícios que vem junto com elas”, finaliza Tarso.
