Ter uma noite tranquila de sono é reparador e indispensável para a boa saúde, o recomendado são pelo menos 8 horas diárias. Durante o sono o organismo se recupera e restaura suas funções, promove o reparo dos tecidos, o desenvolvimento dos músculos e a regulagem do metabolismo. No Brasil cerca de 72 milhões de pessoas não dormem bem, segundo estudos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
De acordo com o médico Thiago Brunelli otorrinolaringologista do hospital Santa Casa de Mauá, o distúrbio do sono é um conjunto de patologias e condições que comprometem o descanso. “Primeiramente é preciso diagnosticá-lo e depois tratar a sua causa. Uma pessoa que dorme mal está sempre com a sensação de que o sono não foi o suficiente, ainda que tenha dormido”, explica.
Entre as principais causas do distúrbio do sono estão o ronco e a apneia. E quem tem apneia certamente sofre com o ronco, mas o contrário pode não ocorrer.
O ronco é a vibração das vias aéreas e ocorre em razão do impedimento da passagem de ar. Já a apneia é a obstrução das vias aéreas (nariz e garganta) e causa dificuldade para respirar, cada episódio pode durar até 10 segundos.
“O mais preocupante é que muitas pessoas não sabem que têm a apneia e a somatória de segundos sem respirar não permite que a pessoa chegue na fase mais profunda do sono. Geralmente quem ajuda na identificação do problema são os pais, no caso de crianças, ou uma das partes do casal. Uma forma de suspeitar do problema é dar atenção aos despertares repentinos e aos engasgos no meio da noite”, orienta Brunelli.
Embora o ronco seja um sintoma da apneia outros são muito comuns como dores de cabeça e de garganta pela manhã, cansaço e sonolência e olheiras. E as consequências podem ser muito graves, com riscos de Acidente Vascular Cerebral (AVC), infarto, perda de memória, hipertensão arterial e morte precoce.
Entre algumas das causas da apneia estão as gripes ou resfriados, desvio de septo, obesidade, entre outros. Já do ronco pode ser idade, obesidade, alcoolismo, cansaço, problemas respiratórios e dormir de barriga para cima.
O tratamento envolve o uso de máscaras de oxigênio, as CPAP; mudanças no estilo de vida; evitar o alcoolismo e o tabagismo; as cirurgias podem ser indicadas para correção do estreitamento ou obstrução do ar nas vias respiratórias.
Antes de se automedicar ou ingerir outras substâncias para dormir é preciso avaliar os motivos que estão comprometendo o seu sono.