Verão e praia são sinônimos de férias, diversão e relaxamento, mas é preciso cuidado para que esse período não se torne uma fonte de problemas de saúde como micoses, infecções de pele, bactérias entéricas que podem causar meningite e infecções do trato urinário, toxoplasmose, larva migrans (bicho geográfico) e até o câncer de pele, que tem no tipo não melanoma o mais frequente no Brasil, correspondente a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país.
“Ainda existe um grande relaxamento das pessoas nos cuidados relativos ao verão e às praias. Não existem números precisos dessas ocorrências no Brasil, mas elas podem causar complicações de saúde para o resto do ano”, alerta a dermatologista, Dra. Silvana Coghi, da rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
A água e a areia da praia contaminadas por bactérias, vírus, protozoários ou parasitas perigosos, podem causar doenças como:
- Enterococos: Bactérias entéricas presentes na água contaminada podem causar meningite e infecções do trato urinário.
- Otite externa: Infecção do canal auditivo externo que muitas vezes é contraída durante o verão em ambientes úmidos.
- Conjuntivite bacteriana: Infecção ocular que pode ser contraída facilmente em águas poluídas.
- Toxoplasmose: Doença causada por um parasita que pode ser transmitida por fezes de gatos presentes na areia da praia.
- Micoses e infecções de pele: O contato com areia, água e objetos contaminados na praia pode aumentar o risco de doenças de pele.
- Larva migrans (bicho geográfico) – parasitose com origem em fezes de animais que causam bolhas extremamente pruriginosas nos pés ou no corpo.
“Para evitar essas doenças, é necessário incorporar algumas medidas, como: informar-se sobre as condições de poluição das praias e evitá-las, manter a higiene pessoal, usar roupas adequadas e consultar o salva-vidas para saber as condições do mar”, explica a Dra. Coghi.
Para a pele, o maior risco relacionado ao verão inclui a exposição solar, que pode levar a queimaduras e insolação, mas que ao longo dos anos está ligada ao envelhecimento precoce da pele e ao aumento do risco de câncer de pele, principalmente em indivíduos de pele clara.
Para minimizar esses riscos, é preciso seguir medidas simples de proteção solar que devem começar pela ida ao sol em horários adequados, uso de roupas, chapéus e uso de protetor solar com alto fator de proteção (FPS). “Manter uma boa hidratação também é fundamental, além de estar atento a sintomas que incluem boca seca, diminuição da urina e irritabilidade”, orienta a dermatologista.
Para garantir a segurança e o bem-estar, indica-se alguns cuidados essenciais:
- Proteção solar: use protetor solar com alto fator de proteção e evite a exposição direta ao sol, especialmente nos horários de pico de radiação UV entre 10h e 16h.
- Atenção às condições da água e areia: consulte as sinalizações, salva-vidas ou o site das secretarias de saúde para conferir se uma praia está indicada para o banho.
- Depilação e exposição ao sol: evite depilar-se no dia em que for à praia ou piscina, pois isso pode causar alergias e redução da resistência à infecções facilitando contrair doenças.
- Tenha uma alimentação leve e saudável durante o dia na praia.
- Evite álcool em excesso pois ele causa desidratação dos tecidos.
- Cuidado com caipirinhas e manipulação de limões sob o sol, pois podem acarretar em queimaduras.
- Mantenha-se hidratado, bebendo bastante água para evitar a desidratação.
“Desfrutar da ida à praia de forma saudável requer alguns cuidados que são fundamentais para garantir dias agradáveis à beira-mar”, finaliza a especialista.