Apresentação gratuita utiliza técnicas circenses Roda Cyr e Lollipop Lira e terá audiodescrição e Libras
O espetáculo “A Menina e o Pássaro Encantado”, com a artista circense Beatriz Evrard e direção de Rhena de Faria, será apresentado na próxima terça-feira (11/06), às 15h, no CEU Capão Redondo – Professor Dr. Celso Seixas Ribeiro Bastos, em São Paulo. Para narrar a história sobre amor, saudade e liberdade, inspirada no texto homônimo de Rubem Alves, a artista utiliza as técnicas circenses Roda Cyr e Lollipop Lira. A apresentação gratuita, com Libras e audiodescrição, é contemplada pelo Governo do Estado de São Paulo, a Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, o Governo Federal, o Ministério da Cultura e a Lei Paulo Gustavo.
A apresentação na capital paulista visa lapidar as técnicas circenses e cênicas já desenvolvidas no espetáculo, incluindo na dramaturgia a Língua Brasileira de Sinais (Libras), que será realizada pela própria artista junto com os movimentos e acrobacias circenses.
A vontade de aliar a linguagem do circo com a linguagem de sinais já é um desejo antigo da artista. “Este projeto possibilitará que eu me comunique não só através do circo, do corpo, e da palavra falada, como também dos gestos que dizem o texto de Rubem Alves, através da linguagem de Libras. Isso permitirá levar o espetáculo a mais públicos, crianças e adultos surdos”, destaca Beatriz Evrard.
A Roda Cyr
A Roda Cyr é um aparelho que surgiu no final dos anos 90. É um grande círculo no qual o artista circense desenha círculos no espaço da cena. O Lollipop Lira surgiu em meados de 2010, a partir das técnicas de polidance e mescladas com a técnica circense da Lira. “São dois aparelhos circenses novos. Então, aos olhos do público, trata-se de uma novidade circense, do circo, que é uma arte tão milenar”, detalha a artista.
Beatriz conta que a ideia de montar o espetáculo surgiu de uma lembrança que ela tinha de contar uma história para suas filhas. “Depois descobri que, na verdade, era a história “A Menina e o Pássaro Encantando”, que eu ouvi na minha infância. Foi então que nesse contexto de reencontro desse conto do Rubem Alves que resolvi montar algo com a ideia de usar os aparelhos circenses que tenho no meu repertório que é a Roda Cyr e o Lollipop Lira. Inclui ainda minha experiência como atriz, como circense, como dançarina, e coloquei também a técnica do bambolê”, detalha.
O conto
Rubem Alves escreveu este conto em 1984 para sua filha, que tinha saudades dele em suas longas viagens a trabalho. O pássaro só podia ter seu encantamento se vivesse livre e pudesse viajar para distantes lugares quando sentisse vontade. Viajava para voltar com histórias sobre os locais que visitou, trazendo as cores de lá, impressas em suas penas
Na apresentação, Beatriz Evrard revive a menina, se desafia sendo a narradora e voando com o pássaro com trilha original no gênero chorinho. “O ideal das apresentações é, além de mostrar essa história que é da memória de muitas pessoas, inclusive da minha geração, também mostrar a obra de Ruben Alves, que ela é muito ampla, e fazer esse recorte, atravessar esse conto, e falar sobre amor, liberdade, saudade, que são temas que são muito importantes para falar na infância”, pontua.
A artista circense Bia conta que o espetáculo apresenta a Roda Cyr e o Lollipop Lira, que compõem a cena imagética através da movimentação. Ela cita que há poucos relatos de mulheres que desenvolvem esta técnica e linguagem artística da Roda Cyr no Brasil e que são raros os espetáculos solos de artistas mulheres que a utilizam.
O Lollipop Lira mistura técnicas aéreas de pole e lira, é um aparelho aéreo original e pouco visto. Por ser portátil, apoiado em um palco desmontável, viabilizou tanto a pesquisa de imagem e movimentação, quanto a praticidade para levar o espetáculo para diversos lugares. “Os vôos do pássaro são traduzidos pela minha movimentação neste aparelho”, detalha Beatriz.
A artista assina todos os figurinos de suas criações e faz parte do seu processo criativo se vestir e criar significados com as vestimentas. “Desenvolvi um figurino que permite transitar entre os personagens. Às vezes é a menina, outras o pássaro, ou a narradora; criando uma visualidade que traduz o texto”, detalha. Saiba mais sobre a produção em https://www.instagram.com/
Quem é Beatriz Evrad?
Beatriz Evrard é bacharel em Dança pela Unicamp (2001) e Mestra pela ECA/USP (2017). Por doze anos, integrou a Cia. Cênica Nau de Ícaros e durante nove anos atuou como Educadora no Fábricas de Cultura. Em 2018 criou Desvitruviana (Proac/08). Em 2022 dirigiu o duo Mano a Mana em “Atravessando Lugares, nas ruas”. Produziu e gravou a videoaula “Roda Cyr: história e primeiros giros” (Proac 39/2021). Ainda em 2022, estreou seu espetáculo solo “A menina e o Pássaro encantado” (Sexta edição do Fomento ao Circo – SP), e lançou 5 tutoriais inéditos de Roda Cyr. Em 2023, estreou a versão espetáculo de “Desvitruviana”e fez uma temporada pelo Proac Circulação Circo 2022.
Serviço:
Espetáculo: “A menina e o pássaro encantado”
Data: Terça-feira (11/06), às 15h
Local: CEU Capão Redondo – Professor Dr. Celso Seixas Ribeiro Bastos
Rua: Daniel Gran, s/n. – Jardim Modelo – São Paulo
Duração: 40 minutos
Classificação indicativa: livre
Preço: gratuito
Informações: https://www.instagram.com/
Realização: Espetáculo contemplado pelo Governo do Estado de São Paulo, a Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, o Governo Federal, o Ministério da Cultura e a Lei Paulo Gustavo.