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Em discurso para imprensa, Biden ironiza idade na disputa com Trump: ‘adulto concorrendo com pessoa de 6 anos’

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O tradicional jantar de gala promovido desde 1920 pela Associação de Correspondentes da Casa Branca em homenagem aos jornalistas que fazem a cobertura de imprensa do governo americano, que aconteceu neste sábado (27), foi usado por Joe Biden , 81 anos, para alfinetar seu concorrente na disputa eleitoral e para mostrar que leva na esportiva as preocupações com a sua idade.

O jantar reuniu mais de 3 mil convidados, entre jornalistas, celebridades do mundo artístico, representantes do governo e políticos. Como é tradição, o presidente fez um discurso homenageando o papel da imprensa e incluiu piadas no roteiro, cuidadosamente escolhidas para mandar mensagens sobre a disputa eleitoral com  Donald Trump, que tem 77 anos.

Em uma delas, Biden admitiu haver uma questão de idade: “um homem adulto concorrendo com uma criança de seis anos”.

Trump foi tema de piadas de Biden no jantar para jornalistas

Embora o jantar com os jornalistas que cobrem a presidência dos EUA seja uma tradição antiga seguida por Joe Biden, Donald Trump preferiu fazer diferente.

Durante seu mandato, em que manteve uma relação de confronto permanente com a imprensa, ele não compareceu ao encontro em que são entregues prêmios, bolsas de estudo e realizadas homenagens a profissionais de imprensa.

Biden participa desde seu primeiro ano no cargo. Desta vez, decidiu aproveitar a oportunidade para falar de idade, política e Trump de forma descontraída.

O presidente, que vem sendo objeto de comentários e notícias na imprensa por falhas de memória e por ter 81 anos, disse:

“As eleições de 2024 estão a todo vapor e sim, a idade é um problema. Sou um homem adulto, concorrendo contra uma criança de seis anos.”

O presidente dos EUA aproveitou também a recusa do ex-vice-presidente de Trump, Mike Pence, de endossar sua nova candidatura, dizendo:

“A idade é a única coisa que temos [ele e Trump] em comum. Minha vice-presidente realmente me endossa”.

Outra piada foi sobre as reclamações de que dá poucas entrevistas. Brincando, ele usou a clássica frase para se esquivar da imprensa : “sem comentários”. E prosseguiu:

“O New York Times emitiu uma declaração me criticando por evitar ‘ativa e eficazmente’ jornalistas independentes. Bom, se isso é o que é necessário para o New York Times me chamar de ‘ativo’ e ‘eficaz’, por mim está tudo bem.”

A venda de Bíblias por Donald Trump foi usada por Joe Biden para ironizar os processos a que o ex-presidente está respondendo e acentuar seu culto à personalidade.

“Donald tem tido alguns dias difíceis ultimamente […]  Ele ficou tão desesperado que começou a ler as Bíblias que estava vendendo. Então chegou ao primeiro mandamento: ‘Você não deve ter outro Deus antes de mim’. Foi quando ele largou a leitura e disse que este livro não era para ele.”

O discurso completo do presidente, em que também falou dos riscos que vê caso o ex-presidente volte ao cargo, foi divulgado nas redes sociais da presidência dois EUA.

Críticas a Joe Biden e aos jornalistas por Gaza

Mas a noite não foi apenas de brincadeiras e mensagens positivas. Do lado de fora da Casa Branca, manifestantes se reuniram para criticar os convidados na chegada ao jantar de gala, gritando palavras de ordem em apoio à Palestina e criticando a postura da imprensa na cobertura do conflito com Israel.

Mais de duas dezenas de jornalistas palestinos chegaram a tentar convencer colegas a boicotarem o evento. Eles enviaram uma carta dizendo:

“Você tem a responsabilidade única de falar a verdade ao poder e defender a integridade jornalística. “É inaceitável permanecer em silêncio por medo ou preocupação profissional enquanto jornalistas em Gaza continuam a ser detidos, torturados e mortos por fazerem o nosso trabalho.”

Na mídia, Biden também foi criticado por não mencionar a guerra, a crise humanitária ou o trabalho da imprensa sob condições extremas em Gaza em seu discurso no jantar.

Kelly O’Donnell, presidente da associação de correspondentes, referiu-se  brevemente aos cerca de 100 jornalistas que morreram na guerra e citou profissionais de imprensa detidos pelo mundo, incluindo os americanos Evan Gershkovich na Rússia e Austin Tice, que se acredita estar detido na Síria.

Créditos: Redação MediaTalks 

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