A estação mais quente do ano está chegando. Com as altas temperaturas, algumas doenças se tornam mais comuns e frequentes. Por isso, cuidados específicos devem ser tomados para manter a saúde no verão.
Por um lado, as altas temperaturas, combinadas com a umidade típica da estação e falta de saneamento básico ou condições de básicas de higiene, fazem com que agentes infecciosos se proliferem com mais facilidade e causem doenças como micoses e conjuntivite, além de favorecer arboviroses e doenças causadas por insetos, como a dengue. Por outro lado, a exposição excessiva ao sol pode causar problemas no corpo, como a insolação, a desidratação e as queimaduras.
O Dr. Antonio Carlos Nogueira, médico e coordenador do Pronto Atendimento do Hospital Nipo-Brasileiro, comenta as doenças mais comuns, considerando as causas e formas de prevenção.
Desidratação
No verão, o corpo transpira com mais frequência e, normalmente, não conseguimos repor todo o líquido que ele perde. Sem contar que a exposição ao sol e a prática de atividades físicas aumentam ainda mais a transpiração.
A desidratação acomete principalmente idosos e crianças pequenas. Os principais sintomas são dor de cabeça e mal-estar. Também pode causar ressecamento da pele e dos lábios, sonolência, insuficiência renal e até o óbito.
“Para se prevenir, todos devem se hidratar, com água, chás, isotônicos, água de coco e sucos, evitando bebidas alcoólicas”, explica o especialista.
Insolação
A insolação é provocada pela exposição excessiva ao sol e ao calor intenso. Normalmente acontece quando a temperatura do corpo passa de 40º C. Com essa elevada temperatura, a transpiração falha e o corpo não consegue se resfriar sozinho, causando os sintomas.
“As principais consequências são falta de ar, dor de cabeça, náuseas, tontura, pele quente e seca, temperatura do corpo elevada que pode levar até à inconsciência. Os primeiros socorros envolvem: levar a pessoa a um local fresco e arejado, oferecer água, aplicar compressas de água e mantê-la em repouso”, de acordo com o doutor.
O filtro solar deve ser utilizado em todos os momentos no verão, mesmo dentro de casa, e reaplicado diversas vezes ao longo do dia, ou após suar e entrar em contato com a água. Evite exposição direta ao sol por muitas horas, sobretudo, entre às 10h e 16h. A ingestão de 2 litros de água é indispensável em dias muito quentes também para prevenir a insolação.
Intoxicação alimentar
O Dr. Nogueira explica: “O calor faz com que alimentos estraguem mais facilmente, por conta da ação de toxinas e bactérias. Assim, os cuidados com a alimentação e condições de higiene devem ser redobrados no verão.”
A intoxicação alimentar causa vômitos, diarréia, mal-estar e pode levar a desidratação, pois muita água e sais minerais são perdidos. Dispense alimentos de procedência duvidosa e não guarde sobras de comida por muito tempo, principalmente fora da geladeira. E mais uma vez, não esqueça da hidratação.
Doenças dermatológicas e micoses
Em relação às doenças dermatológicas, o especialista comenta: “Queimaduras solares, dermatite, acne, melasma e micoses são algumas das doenças de pele que acontecem com mais frequência durante o verão.”
A exposição exagerada ao sol pode levar a queimaduras solares, que tornam a pele avermelhada e sensível. Isso acontece por conta da falta de proteção solar. Nunca esqueça do filtro solar no corpo todo, que previne também o câncer de pele e abuse de bloqueadores como chapéus, bonés e o guarda-sol.
“Alguns problemas como acne, dermatite e melasma pioram nas altas temperaturas. Por isso, caso tenha predisposição ou histórico prévio, procure um profissional que ajudará a tratar os casos”, completa o médico. As micoses são favorecidas em ambientes úmidos, pois os fungos que as causam proliferam em áreas quentes e úmidas. O contato com superfícies molhadas, como roupas de banho e chão de piscina são ideais para as micoses, que causam muita coceira e irritação na pele. Mantenha-se seco e evite compartilhar itens pessoais”.
Conjuntivite
Os hábitos do verão são a causa da conjuntivite ser considerada uma doença da estação. O Dr. Antônio comenta mais detalhes.
“A aglomeração de pessoas em piscinas, praias e parques proporciona um ambiente facilitador para a contaminação dos olhos no verão. A conjuntivite causa irritação, olhos vermelhos, inchaço e sensação de areia nos olhos, podendo ser diferente quando é causada por vírus e quando é causada por bactérias. Busque um médico para identificar o agente e iniciar um tratamento. Para prevenir, lave as mãos recorrentemente e evite tocar os olhos. Também procure não compartilhar objetos como toalhas, óculos e maquiagens”.
Dengue
“Não apenas a dengue, mas todas as arboviroses, como Zika, chikungunya e febre amarela são mais recorrentes no verão. O mosquito Aedes Aegypti, que transmite as doenças, se prolifera com as chuvas, altas temperaturas, acúmulo de lixo, água parada e falta de saneamento básico.”
As doenças têm sintomas como febre, dores, náuseas, coceira e manchas vermelhas. Cada uma pode causar outras manifestações particulares e mais graves. Em caso de contaminação, deve ser feito repouso e consultas médicas para tratar os sintomas.
“Para prevenir as arboviroses, todos devem se atentar para locais com água parada e eliminar possíveis focos do mosquito com inseticidas. Além disso, a vacina é uma aliada para prevenir a febre amarela”, finaliza o doutor.