Pesquisa realizada pela Redirection International revela a crescente necessidade de cuidados especiais para os idosos, considerando o aumento da expectativa de vida e o consequente envelhecimento da população brasileira. Este cenário impulsiona o mercado de cuidados essenciais para idosos, prevendo-se um crescimento anual de 7,5% até 2030, acima da média global.
Nesse contexto, a musicoterapia surge como uma ferramenta importante no aspecto emocional, pois o som desempenha um papel significativo na interação do indivíduo com o ambiente. Os estímulos sonoros são processados rapidamente pelo cérebro, envolvendo áreas que interpretam sua natureza, melodia, nuances emocionais e significados associados, como por exemplo: localização, direção, sons ambientes, entre outros, que são essenciais para integridade física e sobrevivência. Essa rápida codificação desencadeia uma cascata de respostas neuroquímicas, influenciando tanto aspectos motores e funcionais quanto emocionais e comportamentais. Assim, a musicoterapia se destaca como uma intervenção eficaz na promoção do bem-estar, qualidade de vida e da saúde mental dos idosos, contribuindo para enfrentar os desafios próprios da maturidade.
“Dentre as diversas queixas, a solidão é uma das mais citadas pelos idosos nos serviços de musicoterapia. O fazer musical em grupo, além dos aspectos já citados propicia uma sensação de pertencimento.
Temos um local no cérebro que é acionado quando fazemos música de forma sincrônica, que nos proporciona bem-estar. Esse prazer despertado durante as sessões de musicoterapia, faz com que os idosos relatem melhora no humor, na comunicação, vivenciem momentos prazerosos de forma compartilhada e reportem melhora da diminuição da “sensação de solidão”, não esquecendo que o fazer musical estimula, reforça e fortalece repostas fisiológicas e cognitivas, explica professora Rita de Cassia dos Reis, coordenadora da Pós-graduação em Musicoterapia aplicada: do desenvolvimento ao envelhecimento.
A musicoterapia utiliza diversas técnicas e modelos de abordagem terapêuticas, a partir de avaliações específicas, com base na musicalidade e na necessidade de cada pessoa ou grupo. O musicoterapeuta pode atuar nas áreas: saúde, educação, social e comunitária, organizacional, entre outras.
Dos diversos benefícios da musicoterapia no envelhecimento, a professora cita a memória, atenção, reaprendizado, motricidade, orientação espacial/equilíbrio, controle motor fino e melhora nas competências das habilidades sociais e comportamentais, autonomia nas atividades diárias e a promoção e valoração da expressão das emoções que repercute diretamente na sensação de bem-estar. Tudo isso resultará em um impacto muito grande em todos os sistemas e consequentemente na qualidade de vida.”, finaliza a especialista.