A companhia paulistana está listada entre as indicadas nas categorias “Coreografia e Criação” e “Memórias”, com a obra “Crôa” de Simone Ferro e a exposição “Ocupação Hulda Bittencourt – Uma história com a Dança” respectivamente
A APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) é uma entidade que promove a crítica de arte em diversas áreas, incluindo dança. Desde sua fundação em 1956, a APCA tem sido um dos principais organismos de reconhecimento e valorização das artes no Brasil.
Na categoria de dança, o prêmio APCA destaca e celebra o trabalho de coreógrafos, bailarinos, companhias de dança e produções que se sobressaem ao longo do ano. A premiação abrange diversos estilos e expressões da dança, reconhecendo tanto a inovação e a criatividade quanto a excelência técnica e artística. Os críticos especializados da APCA avaliam performances, coreografias, produções e outros aspectos relacionados à dança para selecionar os vencedores, que são anunciados em uma cerimônia anual. O prêmio é considerado um dos mais prestigiados do cenário artístico brasileiro, conferindo grande visibilidade e reconhecimento aos contemplados. Nesta quinta-feira, 18 de julho, foi revelada a lista de indicados do ano selecionados pela Comissão de Dança, separados em seis categorias.
A Cisne Negro Cia de Dança, que completou em abril seus 47 anos de história, está listada entre as indicadas na categoria de Coreografia e Criação com a obra “Crôa”, da bailarina, educadora e coreógrafa Simone Ferro, que homenageia as tradições maranhenses da Festa do Divino. Simone Ferro integrou o primeiro elenco de bailarinos da Cisne Negro Cia de Dança e, a convite de Dany Bittencourt, diretora artística da companhia, realizou a concepção da obra “Crôa”, que é destaque no calendário da curta temporada da Cisne Negro Cia de Dança no Teatro J Safra, em São Paulo. O repertório para a concepção da obra foi adquirido ao longo de 15 anos de pesquisas e visitas de Simone aos festejos, com o objetivo de registrar para a posteridade a importância cultural das Caixeiras do Divino de São Luís do Maranhão. Por isso, a obra leva aos palcos não apenas a riqueza musical dos festejos entoados pelas Caixeiras, registrados na trilha sonora composta pelo músico e compositor Fábio Cardia, mas também diferentes estágios da Festa do Divino, retratados com maestria e amor à arte e cultura pelo elenco de bailarinos da Cisne Negro Cia de Dança. O projeto foi fomentado pelo programa FUNARTE RETOMADA 2023.
A companhia paulistana, criada pela talentosa Hulda Bittencourt, também foi indicada na categoria de Memórias, com a elogiada exposição “Ocupação Hulda Bittencourt – Uma História com a Dança”, que esteve em cartaz no primeiro trimestre do ano na Oficina Cultural Oswald de Andrade. A exposição, que homenageia o legado da fundadora, contou com um acervo de mais de 400 itens, entre fotos de arquivos pessoais da família, peças do vestuário da artista, figurinos de obras do repertório da companhia, além de uma imersão por vídeos de uma das mais queridas damas da dança brasileira.
“O prêmio APCA é uma grande honra para os artistas brasileiros, que já se inicia com a indicação. A família Cisne Negro está realizada por esse respeito e reconhecimento”, comenta Dany Bittencourt, atual diretora artística da Cisne Negro Cia de Dança, filha de Hulda Bittencourt e curadora da exposição, ao lado de Marco Prado. “Falar de Dona Hulda é de uma responsabilidade tremenda, pois ela foi uma das precursoras da dança em nosso país. Na exposição, com curadoria minha e da Dany, demonstramos todo o amor de Hulda pela dança e artes em geral. Estamos honrados com a indicação, pois foi incrível reviver tantas memórias para compor essa exposição que está encantando o público por onde passa”, complementa Marco Prado.