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Aumento da tarifa de energia: Mercado Livre impulsiona transição energética

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No dia 1 de outubro, entrou em vigor a bandeira vermelha de energia, que vai deixar a conta de luz dos brasileiros mais cara. A bandeira tarifária é a que tem maior cobrança adicional na tarifa de energia elétrica, sendo impactada pela seca que o país enfrenta e que demanda um maior gasto energético. Esta pode ser uma oportunidade para se pensar em formas de ampliar a utilização de energias renováveis. Nesse cenário, o mercado livre de energia tem ganhado novos consumidores dia a dia, pois, além de permitir o uso de fontes de energia sustentáveis, ainda proporciona vantagens econômicas, com a possibilidade de economizar até 40% nas contas de luz.

Por isso, pequenas e médias empresas brasileiras têm aderido em massa ao mercado livre de energia. Somente no mês de janeiro, mais de 3 mil consumidores optaram por encerrar contratos de energia com as distribuidoras e migrar para o mercado livre, de acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

O mercado de energia livre está em operação desde 1996. Inicialmente, apenas consumidores com uma demanda superior a 500 quilovolts (kV) podiam participar. Entretanto, uma portaria do Ministério de Minas e Energia permitiu a inclusão de consumidores com cargas menores no mercado livre, a partir de janeiro de 2024. Segundo dados da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), 165 mil unidades poderão fazer a migração.

Em, 2023, o mercado livre apresentou um crescimento de 23% em 2023, Durante esse período, foram adicionadas aproximadamente 7 mil novas unidades consumidoras. O volume médio de energia transacionado por meio dessa modalidade atingiu 128 mil megawatts (MW), representando 72% do consumo total do país.

No mercado livre, fornecedores e consumidores negociam bilateralmente as condições do fornecimento, como prazo, fonte da energia, preços, flexibilidades e outras facilidades, produtos e serviços. Num ambiente mais livre e competitivo, os preços da conta de luz tendem a ser menores do que no mercado cativo.

As tarifas são acordadas diretamente entre o fornecedor e a distribuidora, sem qualquer influência externa e a energia está disponível para compra em qualquer parte do país. Caso uma empresa atenda aos critérios para migrar do mercado regulado para o mercado livre de energia, ela terá a liberdade de adquirir energia de qualquer região do Brasil.

Para aderir ao mercado livre de energia, empresas com demanda inferior a 500 kW precisam escolher um comercializador varejista com habilitação na CCEE. O comercializador varejista é a empresa responsável pela gestão e compra e venda de energia para consumidores e geradores.

 

Mais de R$ 2 milhões de economia na conta de luz

A adesão ao mercado livre de energia tem feito toda a diferença na saúde financeira de empresas que optaram desta modalidade. É o caso da rede de restaurantes La Mole, que conseguiu economizar mais de R$ 2 milhões na conta de energia depois de fazer a migração de três unidades e um galpão ao mercado livre.

Além da economia, a migração para o mercado livre de energia permitiu um melhor controle do consumo. Além da energia 100% renovável suprindo suas unidades, a rede ainda passou a gerenciar seus custos através dos medidores inteligentes, garantindo uma gestão ativa dos gastos de energia também para os 23 fornecedores que ocupam o galpão do grupo, no Rio de Janeiro.

A operação foi feita pela Tyr Energia, empresa especializada em economia na conta de luz para negócios, serviços, indústrias e condomínios. Fundada em 2018, a empresa pertence ao grupo Mercurio Partners e conta com uma carteira de mais de 200 clientes em 37 cidades do país. Até hoje, a empresa estima ter gerado uma economia de R$ 103 milhões para seus contratantes, através do mercado livre de energia.

 

Tecnologias como medidores inteligentes empoderam consumidores

“O mercado livre permite que as empresas façam uma gestão mais eficiente e transparente do consumo de energia. Com a expansão dessa modalidade, o Brasil se alinha às melhores práticas do mercado internacional de energia. Através do uso de tecnologias como medidores inteligentes, a gente empodera o consumidor e torna a relação com os fornecedores mais justa”, explicou Joana Waldburger, diretora-executiva da empresa.

Sócio e gerente de um posto de gasolina em Duque de Caxias, na região metropolitana do Rio de Janeiro, Antonio Pedro Resende fez a migração da empresa para o mercado livre de energia no início deste ano. Ele pretende usar parte do que será economizado na conta de luz em investimentos que aumentem a competitividade do estabelecimento.

“Com a redução no gasto com energia, podemos dar descontos no preço do combustível vendido a nossos clientes, o que torna nossa empresa mais competitiva. Parte dos recursos economizados também vão ser usados em novos investimentos voltados para a eficiência energética. Além disso, pretendemos comprar terminais de recarga para carros elétricos”, disse Resende.

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